Projeto de Lei pode transformar skate em profissão

Ao lado Daniel Vieira no Drop Dead Pro 2004
Esta é uma notícia importante para skatistas profissionais e amadores que almejam ser "Pros". Tramita na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, em Brasília, o projeto de lei do deputado Neilton Mulim que regulamenta a profissão de surfista, skatista, bodyboarder, capoeirista, dançarino e lutador de artes marciais.
Para se ter idéia de quanto o assunto é relevante, a principal diferença entre o profissional e o amador é que o "Pro" é remunerado em dinheiro, enquanto as categorias abaixo recebem em peças, roupas e outros benefícios. A maioria dos skatistas profissionais brasileiros não tem carteira assinada - e sim um contrato de trabalho -, recebem um salário em torno de R$ 1.000 mais bônus por venda de produtos e/ou exposição na mídia. Poucos ganham o dobro ou o triplo desse valor. E se uma empresa quiser assinar a CLT hoje, terá que inscrever o sujeito como "atleta amador".
A proposta de transformar o skatista profissional numa categoria reconhecida pelo Ministério do Trabalho já recebe críticas e elogios. Os críticos atentam para a burocracia que poderá existir, os novos encargos para os patrocinadores e, principalmente, para as diferentes realidades dos esportes, sobretudo do surfe – que conta com dois milhões de amadores, 350 mil profissionais, um mercado grande e rentável. Segundo matéria d´O Globo, caderno Boa Chance de 01/04/07, "apenas 1% (dos surfistas Pros) tem renda entre R$ 10 e R$ 15 mil, incluíndo-se aí prêmios e patrocínios. Outros 10% recebem de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil. Os restantes têm salários menores".

Ao lado Guilherme Pequeno (flip indy mellon)
Na mesma reportagem o ex-presidente da Confederação Brasileira de Skate, Alexandre Vianna, lembra que existem cerca de três milhões de praticantes do sk8 no país, porém "hoje, apenas 120 pessoas sobrevivem exclusivamente da prática do esporte". Mais adiante comenta que "a grande dificuldade é obter verbas das empresas para impulsionar o esporte. Mas é claro que a necessidade do skate é uma, e do surfe, outra".
O lado positivo da profissionalização está justamente na possibilidade do skate ser incluído nos jogos Olímpicos e Pan Americanos, bem como ganhar maior visibilidade na mídia. Vale lembrar que há alguns anos não acontece o circuito brasileiro de skate vertical profissional, bem como a versão latina dos X Games, pelo mesmo motivo: falta de patrocínio.